quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O “(O) Professor Avaliador: Sobre a Importância da Avaliação na Formação do Professor de Língua Estrangeira” traz informação de que nos últimos tempos vem se verificando um grande número de trabalhos que identificam o professor como peça central na questão do ensino-aprendizagem. Tal afirmação, que parece óbvia à primeira vista, tem sua razão de ser. Sabe-se que quando o pensamento que vigia a educação era o estruturalismo behaviorista, o professor possuía um papel marginal na sala de aula, uma vez que deveria transmitir conceitos/estímulos e esperar respostas predeterminadas, e quando estas não fossem alcançadas (a resposta (única) certa) taxá-las como erro. Essa teoria/abordagem/método é responsável em grande medida pela cultura do erro, que assim chega às raias do absurdo ao considerar erradas, respostas que estejam certas do ponto de vista gramatical e do uso, pelo simples fato destas não corresponderem à estrutura tal e qual esperada como resposta. Esse tipo de pensamento e prática ainda é muito comum. Não raro observa-se que grandes cursos de inglês, por exemplo, treinam o professor em concepções extremamente ortodoxas, e chegam a redigir um manual do professor ditando inclusive o que e quando o professor irá dizer isto ou aquilo. Realmente o tema de seu trabalho “A importância da Avaliação[...] é importante.
O termo avaliação, como o texto sugere, mas não diz, deve ser tomado em sentido amplo. Várias são as implicações por trás deste termo. Podemos ter a avaliação do professor em relação a si mesmo, suas crenças educacionais, sua prática, o que e conseqüentemente para que serve uma língua. Existe também a avaliação de sua clientela: faixa etária, realidade socioeconômica e cultural,  bagagem línguistica e enciclopédica. Existe ainda, e mais clássica, a avaliação do desempenho do aluno. Antes de prosseguirmos à discussão, cabe ressaltar um possível ponto fraco do texto de trabalho, ou pelo menos algo que tem de ser enormemente levado em consideração: o contexto do ensino de segunda língua. Não se pode falar de um ensino de língua estrangeira, se não de ensinoS de línguaS estrangeiraS, e suas condições são completamente diferentes. Por exemplo: entre o professor de português do Brasil como segunda língua, e o professor de inglês por exemplo, e entre estes (professores de inglês) também há enormes diferenças. Um coisa é dar aula de português como segunda língua: poucos, ou às vezes um aluno, geralmente adultos, conhecedores de pelo menos uma lingua estrangeira, (no Brasil) ambiente de imersão. Outra é dar aula de inglês: muito alunos, diversas idades, na maioria das vezes não conhecedores de língua estrangeira, ambiente de não-imersão. E entre os professores de inglês temos os dos cursos, e os da escola pública, não citarei as diferenças, por já conhecidas. Todas essas especificidades tem de entrar em conta na avaliação do professor. Esse é um tipo de avaliação que o professor deve fazer, a chamaremos holística. Mas o professor deve também, como já dito, analisar o desempenho do aluno enquanto aprendiz de um LE. Scaramucci, de maneira muito lúcida, nos leva a pensar como esse tipo de avaliação é importante, posto que é na direção dela que a prática pedagógica se dá. Observa-se que no ensino, de qualquer disciplina, a avaliação tem um papel central, uma vez que foi transformada no momento máximo da educação, ao ter se transformado na principal meta da educação, converteu-se também como o maior agente centrípeto dos conteúdos educação. Vemos a esse propósito, que o conteúdo exigido pelas universidades públicas, provas do governo como ENEM tem efetivamente ditado o que é ensinado nas escolas. As provas do CELP/BRAS tem tido também influência no modo como o português tem sido ensinado. Para concluir, quando, de fato e plenamente, os avanços da linguística irão chegar e modificar o ensino de línguas estrangeiras em nosso território?

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